NO LIMIAR



No Limiar.
Um instante na loucura do segundo.
O barulho era medonho, irritante, enlouquece-dor.
Olhou pra frente, não viu.
Olhou pra trás,
Um mundo de razões pra pular.
Olhou novamente adiante, faltou coragem.
Seria coragem?
O subconsciente é uma fabrica de loucuras lógicas.
Se olhar demais, se perde procurando razões que vagueiam por lá, em algum lugar.
Um instante.
Foi assim, só num espaço de tempo,
E o que era fácil ficou incrivelmente anestesiado.
A mente corre como louca.
O corpo anda.
A alma grita.
Basta um instante.
E voltar no tempo.
Quando tudo era claro e fácil como a lembrança.
Lembrança onde tudo é sonho.
Sonhos são instantes de lucidez.
E no limiar punctual da loucura,
Espero acordar amanhã
Um pouco menos mente,
Um pouco menos corpo,
Um tanto quanto c'alma.
Equilíbrio na corda bamba.
O devaneio é o êxtase, tortura da insensatez que se prende no segundo.
Um segundo de surto liberto.

Prefiro a harmonia da realidade em slow motion.
Realidade do sonho de felicidade.
Aquela que vira saudade.

No limiar, há um instante.
Que realmente vale a pena.
O de poder olhar os dois lados
Com a lucidez que a  loucura permite.
A lógica patética não pode ir tão longe.
Então me permito ser assim, às vezes.
Momentos de lucidez
No limiar,
Por um instante.

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