UM LUGAR

Ela procura no tempo,
Um lugar no espaço.

Acha um livro de receitas,
Um cesto de roupa e
Um menino descalço.

Ela procura um espaço,
Mesmo que isso demore um tempo.

Não têm tempo, têm pressa.
Passos largos, pernas curtas?
Mente vasta.

Mas ela quer,
Sonha.
Ela corre com o tempo
Procurando espaço, ainda que espaço cheio de vento.

Em seu sonho preclaro,
Ela o preenche de intento.
Pinta paredes de sangue
Suor de outras elas
Que com tento,
Conquistaram  o direito
De ser ela, sem trela
Sem ele de contento.

Ela sabe que o tempo
Este sábio instrumento
Ata mãos marcadas por súplicas
dor, lamento.
Nem por isso sem luta, sacrifício e proventos.
Nefasta idéia, diriam eles.
Lá vem elas nos propor tormento.


Há se eles soubessem...
Quebrariam os espelhos do mundo.

Há se elas soubessem...




PROVÉRBIOS BRASILEIROS E PORTUGUESES


"Ninguém perde o que não tem.
Ninguém perde o que nunca teve.
Ninguém perde que outro não ganhe.
Ninguém perde sem outro ganhar."

Haikai do eleitor atento

Aquele prédio imponente,
É arquitetura de armário
Com cabide de gente.

NO LIMIAR



No Limiar.
Um instante na loucura do segundo.
O barulho era medonho, irritante, enlouquece-dor.
Olhou pra frente, não viu.
Olhou pra trás,
Um mundo de razões pra pular.
Olhou novamente adiante, faltou coragem.
Seria coragem?
O subconsciente é uma fabrica de loucuras lógicas.
Se olhar demais, se perde procurando razões que vagueiam por lá, em algum lugar.
Um instante.
Foi assim, só num espaço de tempo,
E o que era fácil ficou incrivelmente anestesiado.
A mente corre como louca.
O corpo anda.
A alma grita.
Basta um instante.
E voltar no tempo.
Quando tudo era claro e fácil como a lembrança.
Lembrança onde tudo é sonho.
Sonhos são instantes de lucidez.
E no limiar punctual da loucura,
Espero acordar amanhã
Um pouco menos mente,
Um pouco menos corpo,
Um tanto quanto c'alma.
Equilíbrio na corda bamba.
O devaneio é o êxtase, tortura da insensatez que se prende no segundo.
Um segundo de surto liberto.

Prefiro a harmonia da realidade em slow motion.
Realidade do sonho de felicidade.
Aquela que vira saudade.

No limiar, há um instante.
Que realmente vale a pena.
O de poder olhar os dois lados
Com a lucidez que a  loucura permite.
A lógica patética não pode ir tão longe.
Então me permito ser assim, às vezes.
Momentos de lucidez
No limiar,
Por um instante.

LARAH DECIDE VIVER

Larah decidiu viver.

Há noites Larah não dormia. Dizia não se lembrar da ultima noite em que dormiu por 7 horas contínuas. Sentia falta da adolescencia pelo simples fato de se deitar às 20h e acordas as 7h sem efeitos colaterais. Mas aquela noite, fora dentre todas, a pior. Larah achou que iria morrer de dor, dor na alma.
Pela primeira vez na vida sentia-se tão só e tão perdida que pensou no valor da vida.
Chorou tanto que a cabeça doía, pesava, sentia ânsia de vomito, uma vontade de mudar o tempo, tanto faz voltar ou ir adiante; o que queria era sumir.

Sentia-se só. Seus amores e paixões a deixaram só. Ela decidiu ficar só.

Tomou analgésicos, ligou a TV achando que mudar os canais a acalmaria, e acalmou. Tanto lixo na TV, algumas coisas boas, mas se acalmou, parou de chorar, de pensar. Estava anestesiada, um alivio pro inferno que sentiu há algumas horas.

Pensou em escrever o que sentia. Não dividia com mais ninguém, mas queria dividir com o  mundo. Que ironia! Precisava conversar com alguém, mas não sabia como, nem com quem. E começou assim:

Que bom que decidi escrever.
Minha vida está parada, só vejo uma muralha na minha frente e não há outro caminho a seguir. Eu fico aqui parada olhando essa muralha a minha frente e penso... Penso e não vejo nada, nem uma dica, nenhuma escada ou mão que me ajude a sair dessa momento. Tirei minha aliança e olhei minhas mão. Senti alívio. Alívio e vazio. Como será viver a vida assim aliviada. Seria vazia ou uma grande descoberta, uma vida cheia e plena comigo mesma. Queria tentar. Que se fodam, que se cuidem, a mim só importa um amor, esse incondicional e surpreendente-mente amigo. Vivi minha vida ditando minhas regras e acabei aqui percebendo que na verdade minhas regras não eram minhas. E no final, o que valeu a pena? Quero descobrir quem sou de verdade, se a vadia egoísta ou a aquela que se sacrifica por amor pra no final não dar em nada. Sempre acreditei que as escolhas são minhas e de mais ninguém e isso não mudou. Quero um tempo pra mim, vou achar meu caminho de volta pra mim. Quero terminar os livros que comecei e os que estão na minha mente. Quero entender quem é a mulher que parece tão capaz, tão forte e decidida que dizem que sou. Quero encontra-la, dizer que a amo e tudo bem com os erros, eles fazem parte. E dizer a ela que não desista não, existe uma razão pra isso e pra tudo. Dos momentos que vivi, todos valeram a pena. Até este, o pior de todos."

Larah decidiu escrever, e viver. Escrever tudo. Escrever suas conclusões sobre a vida, sobre si, e tudo mais. Que existem amores fantásticos, grandes e incomparáveis. Homens diferentes. Poucos raros casos que nos fazem sonhar, um em especial, o melhor que conheceu. As mulheres sonham com seu grande amor. Seria ilusão? Mas se for mesmo assim, uma ilusão, se não for mais que uma boa mentira, ele fora o melhor de todos.
Então, considerou Carlos uma visão, pintou em tela, com cores vibrantes, inesquecíveis e incrivelmente originais. Mas lindas que ouro, ou azul do u quando contrasta o verde das copas, ou com o Ipê em Junho. Pensou consigo, quem o tiver receberá um presente, lapidado e em constante crescimento.

Percebeu também, que outros homens são capazes de proporcionar ilusão e emoção, mas ao final, apenas grande desilusão. A mentira torna tudo estranho e vazio. As palavras perdem o sentido e, alguns perdem a vez.
Nos seus devaneios sobre a falsidade alheia, pensou em muitas desilusões, especialmente Alberto. Mas ainda acreditava na sua intuição. Ela lhe diz que valeu a experiência e nada mais. Dos momentos de felicidade aos de caos total. Afinal, se permitiu viver as aventuras que quis, e quando nos permitimos não há arrependimento, apenas escolhas necessárias. A sobrevivência exige escolhas, ou monotonia da depressão. Aquela que se perde no tempo, que te prende no tempo,que te mata no instante, a cada instante...

E concluiu dizendo que conseguiu, decidiu! Sentia a cabeça mais leve. A mente aliviada. Ocupara tempo demais com o pensamento e o pensar, agora queria cuidar de si, gostar de si.

Resolveu escrever que assim nunca mais.

Larah

19 de Abril de 2010.


THE POET WHO TOOK THE ROAD NOT TAKEN

The Road Not Taken
By Robert Frost


Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;




Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that, the passing there
Had worn them really about the same,


And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.




I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I -
- I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.

The poet who took the road not taken – Robert Frost, well known as one of the most brilliant writers in American Literature, a four-time winner of the Pulitzer Prize - made important contributions to literature. He overcame the expected, and that is exactly what makes him notably unique.

The poem ‘The Road Not Taken’, one of his most well known poems, was firstly widely analyzed from the perspective of only two roads. The narrator had chosen one of them. Some readers, frequently, relate the lyric voice to Robert Frost itself. Indeed, Professor Kevin Murphy, in his lecture about Frost at Ithaca College has given that perspective of the poem. However, according to Professor Murphy, ‘there are many discrepancies between how Frost’s audience perceived him and how he actually was’. The popularity of Frost during his lifetime and the darker implications of his poetry can be found through the narrator of ‘The Road Not Taken’.

Professor Murphy contrasts the poem with Frost's life. If we analyze the poem based on Frost’s personal life there are many moment where he had to make important decisions. Frost’s father died when he was about eleven years old, he had a very difficult childhood. He had jobs he hated, when a young man. Also, in 1912, he had to decide to sell his farm and move with his wife and four young children to England. Over there, he invested the money from the sold farm, dedicating time exclusively to writing. Actually, it was at that time that he published his first collection of poems, A BOY'S WILL (1913), at the age of 39. It was followed by NORTH BOSTON (1914), which gained international reputation and from that time, he started to build a strong career as writer. Two years after he went back to USA, but now, to publish his books. In 1916, he was made a member of the National Institute of Arts and Letters. On the same year appeared his third collection of verse, MOUNTAIN INTERVAL (1916), which contained the poem 'The Road Not Taken’.

When Frost used the image of ‘ Ways’ to be chosen, in the poem, he knew very much about how one way can lead to another way. Robert Frost had already lived in England and had come back to USA. He had a family, a successful life as a writer. But instead of giving the perspective of two roads, Robert Frost gave much more. The lyric voice said that ‘Two roads diverged in a yellow wood, and sorry I could not travel both (…)’, also at the end it says: ‘(…) Two roads diverged in a wood, and I - I took the one less traveled by, And that has made all the difference.’ From the perspective of Professor Murphy he took another way, differently from the two he described at first. But for me, the narrator was just wondering about many choices we have in life. He was wondering how one can lead to another, and that can lead to another. And, at the end, we can find ourselves in a completely different way. When he says ‘(…) I looked down one as far as I could To where it bent in the undergrowth;(…)’ it represents when we die, and after considered both ways ‘(…) really about the same, (…)’ because it doesn’t matter what way we choose, at the end it will be just different choices we made, death will be there for all of us. The ending will be the same.

Amazingly, once more Robert Frost was able to overcome the obvious. His poetry has become bigger than his own life. From apparent cheerful poem, it was revealed a deep and strong perspective of his work. A poem that can go from one perspective to another, from cheerful or obvious to dense it makes Robert Frost a man who travelled somewhere else, but not the common place. His carefully chosen words, created a new way, his own way to write poetry, making it so unique. Finally, Frost gave the perspective of a road not taken, because it is our own road. We can make choices, but is unpredictable as life all its consequences. We can stop, look for many ways, but who knows the end? And, who knows if or where that road chosen will find a roundabout and other new way ending somewhere else? Somewhere different from what we firstly thought would be the end? What really matters is to notice that there are ways, choices and unexpected surprises in life.



Reference

1. http://youtube.com/watch?v=adj-Xd642UY Accessed at 10 June 2010 at 10AM;

2. http://youtube.com/watch?v=SnWU29o2xwA Accessed at 10 June 2010 at 10AM;

3. http://youtube.com/watch?v=a5140uJOUDE&feature=related Accessed at 10 June 2010 at 10 AM;

4. http://www.youtube.com/watch?v=JQDkG7_QHq4 Accessed at 19 June 2010 at 9 AM;

5. http://famouspoetsandpoems.com/poets/robert_frost/biography Accessed at 20 June 2010 at 2PM;



QUERIA TOCAR O CÉU, MAS EIS QUE ENCONTREI VOCÊ.

Queria tocar o céu,
Mas eis que encontrei você.

Não há sanidade na paixão,
Nem juiz, nem juízo.
Prova da tua força
Diz não, foge então.
Só julgue o que conhece.
Não tem idéia.
Mas saiba que se fosse puro
Esse seu torpe coração
Veria além das dores
Da sua efêmera razão.