MAIO
O que tenho nas mãos?
Tentativas frustradas,
Sonhos desfeitos,
laços perdidos.
É muita dor no peito
A solidão que dói não é a que escolhi,
Essa aprendi e entendi, é necessária.
Mas a que vejo agora é a dor de ser assim
Ser eu mesma
De ver que ao seu lado só há de fato uma sombra.
Tinha tudo, e ainda mais, sonhos.
Hoje tenho o vazio do olhar perdido.
Horizonte sem sol, sem morros, sem céu.
Maio é o mês da minha vida.
Tristeza sem fim.
Alegria incomparável. Apesar de frágil e passageira.
Vou de 0 a 10. Sou tudo ou nada.
Não me arrependo de nada.
Tudo valeu a pena.
Faria TUDO outra vez.
O mês do desgosto não é Agosto.
Maio é fim e recomeço.
É nele que me desfaço e refaço.
No meu caminho vou deixando marcas
muitas delas me dão orgulho.
Meu filho não é de Maio, é primavera.
Minha sorte é ter coragem,
Mas agora até ela me falta, seria a idade?
Minha sorte é ter sonhos,
Mas até o sonhos tem sido raridade.
E olho a menina de palavras fortes, olhar seguro.
Assustada com sua imagem em reflexo difuso, confuso.
Vejo mais um ano.
Medo do fim, inevitável recomeço.
De todas as escolhas que fiz,
As fiz, arrisquei.
Mas este ano, Maio quis porque quis.
E não tive escolha, nem coragem.
Nem fé, nem sonhos.
Não quero mais sonhar.
O sonho é ilusão, é pior que pesadelo.
A minha insônia é uma tentativa de auto-proteção.
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