O medo da morte iminente me torna mais frágil,
mais melancólica,
mais parte,
menos eu.
Pensar que basta um segundo e tudo acaba.
E o que ficou pra trás vira pó e saudade.
A morte iminente me torna mais viva,
mais presente que passado,
ainda que o passado me torne quem sou.
Pensar que num segundo tudo passa.
E o que foi feito já foi, mas está aqui em tudo que sinto e sou.
Pensar na morte iminente me faz refletir,
que as vezes o que dizemos ser vida
muitas vezes passa desapercebido.
E quando olhamos o passado
Não estamos lá, nem cá.
Existe um tempo intermediário,
Aquele em que o sujeito vive o tempo suspenso.
Nem passado, nem presente, nem futuro.
É um entre tempos,
Um mundo virtual, fictício, devastador.
Que nos impede de perceber o hoje
como parte de nós, como a única parte de nós
que realmente nos pertence.
Pensar na morte iminente me da desassossego
vazio, medo, falta...
Dúvida.
Eu sou o tempolimbo
Sou tudo que fui, e nada que fui.
Sou o agora que é eterno, mas tão breve que passa,
Num segundo.
E já sou mais um pouco do que antes,
E um pouco menos que ser.
Pensar na morte iminente me faz pensar que quero mais
A morte não é fim, nem pode ser.
Pensar na morte iminente me faz querer viver mais,
Ser mais, sentir mais, amar mais, perceber mais.
Iminente, não necessariamente.
Inevitável.
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